terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A falha no infalível

Era uma vez dois grandes reinos, estes por sua vez eram inimigos entre si. Esses reinos viviam em uma guerra constante no objetivo de dominar o território do outro. Sempre em um reino havia um guerreiro que se destacava por suas habilidades, de modo que esses eram escolhidos para liderar o exército do rei, as estratégias de guerra, etc.

Os reinos eram divididos por um imenso vale, de um lado ficava o reino do oeste e do outro o reino do leste. Certo dia o rei do oeste mandou um mensageiro ao rei do leste para desafia-lo. O desafio consistia em um duelo entre os melhores guerreiros de cada reino, onde tais teriam três anos para se preparar e quem perdesse este duelo seria escravo eternamente do reino adversário. 

O rei do oeste  mandou que seu melhor guerreiro passasse a treinar doze horas por dia sem descanso, mandou que os treinassem com as melhores armas, pelos melhores mestres e mandou também que o tratassem da melhor forma possível para que este não viesse ter motivos para perder.

O rei do leste mandou que seu melhor guerreiro fosse separado dos outros e o mandou para um lugar isolado cercado por grandes muros, neste lugar não habitava ninguém, porém haviam muitos animais selvagens e ferozes. O rei deu ordem para que seu melhor guerreiro sobrevivesse ali durante o período de três anos e quando chegasse o dia do desafio ele viesse para enfrentar o oponente do reino inimigo.

Cada dia que passava o guerreiro do oeste esforçava-se mais e mais e a cada dia ia aprendendo mais técnicas, como escolher as melhores armaduras, etc. Já o guerreiro do leste esforçava-se não para treinar e sim para sobreviver naquele grande pedaço de terra cercado por muros e animais ferozes, seu maior desafio não era o que estava por vir (a luta contra o inimigo). Seu maior desafio era sua sobrevivência.

Passaram-se os anos e com o tempo o guerreiro do leste, assim como o do oeste desenvolvia suas habilidades. 

Chegado o tão esperado dia da batalha os reinos se encontravam em território neutro, estavam todos em volta do grande vale. O rei do oeste dera suas recomendações ao seu guerreiro, porém o rei do leste nada falou, simplesmente olhou no fundo dos olhos de seu guerreiro e sorriu.

Antes de começar os guerreiros deveriam escolher suas armas. O guerreiro do oeste tinha apurado muito bem nesses três anos o seu conhecimento em armas e armaduras, sendo assim escolheu uma armadura grossa de aço fundido com bronze; sua espada era de dois gumes de modo que podia separar-se; seu escudo era largo e resistente, sua composição era de aço puro.

Os soldados do reino leste vieram cobrir seu guerreiro com armaduras, espadas, escudos, etc. Porém esse de imediato as rejeitou disse que preferia ir com o que conseguira produzir nesse tempo todo. Sendo assim pegou seu arco e suas três flechas e um bastão.

Deu-se início ao desafio. O guerreiro do oeste desferia golpes incessantes contra seu adversário que apenas se esquivava. Após desferir vários golpes sem cessar, acabou por cansar-se e assim passou apenas a manter a guarda.

Para surpresa de todos o guerreiro do leste apenas esperava ele se recuperar. Ninguém entendia nada.

Ao recuperar-se o guerreiro do reino oeste voltou novamente a atacar sem cessar, e a situação se repetiu por mais cinco vezes.

Ao ver que seu adversário já estava cansado de tanto atacar e não obter resposta o guerreiro do leste aproveitou a ira do oponente que o havia cegado e com suas flechas atirou. Porém seu oponente defendeu-se com seu largo escudo. Ao baixar o escudo para ver seu oponente o guerreiro do oeste se surpreendeu pois não o viu. Então quando menos esperou foi acertado por um golpe certeiro na cabeça e morreu.

O rei do oeste questionou o guerreiro do reino inimigo sobre como isso tinha acontecido, e ele lhe respondeu que apenas aproveitou aquele monte de cacarecos e os usou a seu favor. Explicou que o peso da armadura fazia seu oponente cansar-se mais depressa, seu escudo tapava-lhe a visão e sua espada era difícil de segurar, sendo assim por mais bem equipado que estivesse estava em desvantagem. Explicou também que para sobreviver dos animais selvagens naquele "isolamento" era necessário enfrentá-los quando não tivessem olhando, por isso quando lançava as flechas os distraía e rapidamente aproveitava-se da situação para acerta-los com um golpe certeiro. 

Moral da estória: Mesmo estando aparentemente em desvantagem o guerreiro usou de sabedoria para vencer seu adversário. Significa dizer que ele fez de algo que parecia um problema tornar-se em solução, afinal para qualquer outra pessoa o soldado adversário não poderia ser vencido com todo aquele aparato.
As vezes temos que distrair o problema para acertá-lo com o golpe definitivo.
É aquela velha história: Não diga à Deus que você tem um grande problema, mas sim ao problema que você tem um grande Deus!

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